Oficina CEER
 11-10-2011
CÉLULAS ESTAMINAIS CARDÍACAS PODEM TRATAR O CORAÇãO

As células estaminais que se encontram no coração podem servir para prevenir malformações deste órgão durante o crescimento e tratar pacientes com insuficiência cardíaca. A descoberta é de João Ferreira Martins, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e da Universidade de Harvard (EUA), e valeulhe a atribuição de um prémio por parte da Sociedade Americana de Insuficiência Cardíaca.

O trabalho desenvolvido pelo investigador da FMUP explorou duas questões fundamentais: qual a origem embrionária das células estaminais cardíacas e que mecanismos regulam a sua ativação durante o desenvolvimento embrionário. Os resultados do trabalho demostraram que estas células são criadas dentro do coração e possuem as propriedades fundamentais das células estaminais, que as tornam tão promissoras, como a capacidade de se autorrenovarem e de se transformarem em diferentes tipos de tecido cardíaco.

Mas mais do que perceber de onde vêm estas células e que propriedades têm, João Ferreira Martins descobriu um mecanismo que permite manipulá-las, tornando as num instrumento para o tratamento de doenças como a insuficiência cardíaca e malformações no coração.

Descobrimos que a cinética do cálcio tem a capacidade de promover a proliferação e diferenciação dessas células. Por isso, podemos retirar células estaminais cardíacas de um doente adulto e manipulá-las em laboratório, imediatamente antes de voltar a injetá-las no doente, explica o cientista. O objetivo é que essas células reparem o tecido cardíaco danificado, processo que será mais eficaz se estas forem previamente estimuladas a proliferar e a diferenciar. No fundo, a descoberta deste mecanismo permite-nos leválas a fazerem aquilo para que estão predestinadas. Só lhe damos um empurrão, acrescenta.

A terapia com células estaminais cardíacas está a ser testada em vários ensaios clínicos nos Estado Unidos. O grupo da Universidade de Harvard que o cientista português integra está a estudar a sua eficácia em pacientes adultos que foram operados devido a insuficiência cardíaca crónica.

Fonte: www.noticias.up.pt