Novo paradigma pretende influenciar decisores.
O projeto Planeamento Elétrico Sustentável, do Departamento de Produção e Sistemas da UMinho, quer dotar os decisores de topo para as melhores opções energéticas. A equipa da professora Paula Varandas Ferreira está a desenvolver modelos de análise para apoiar decisões social, ambiental e economicamente bem fundamentadas quanto à produção de energia elétrica.
O Planeamento Elétrico Sustentável é um projeto de investigação que visa construir uma ferramenta de trabalho para apoiar os decisores de topo nas suas opções quanto à produção de energia elétrica. Ministérios, direções gerais, entidades reguladoras e, eventualmente, empresas de produção de energia poderão, no futuro, beneficiar desta ferramenta tecnológica, que está em curso no Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho.
Até 2012, uma equipa multidisciplinar das áreas da engenharia, da economia, da matemática e das ciências sociais irá criar um modelo matemático, uma formulação computacional na forma de software e uma análise social, ferramentas que no seu conjunto permitirão avaliar a sustentabilidade de projetos de produção de eletricidade. Através deste instrumento antecipamse as diferentes dimensões para a sustentabilidade, garante Paula Varandas Ferreira, investigadora principal do projeto. Pretendese facilitar as decisões através dos estudos ambientais e da análise dos custos que cada tipo de produção envolve e, simultaneamente, que tenham informação suficiente acerca do impacto e da aceitação social que estão também associados às decisões, salienta, realçando que há projetos de grande interesse nacional e com toda a viabilidade financeira que caem por terra por rejeição das populações afetadas pelos projetos em causa.
Segundo a responsável, estas ferramentas permitem, através do cruzamento destas variantes, tomar decisões fundamentadas e bem informadas, incluindo as empresas do setor nos eventuais utilizadores, pois estas não podem deixar de prestar atenção à essencial dimensão social dos seus projetos, independentemente de se poderem guiar legitimamente por decisões de conveniência financeira nos seus investimentos futuros.
Sustentados num cenário de previsão de consumo para o futuro, os investigadores trabalharam o modelo essencialmente para os sistemas de produção através do gás, energia térmica, energia eólica e energia hídrica, que são as atuais fontes de produção dominantes. A professora adianta que mais tarde farse á a inclusão de outros sistemas de produção, como a energia fotovoltaica e a biomassa, por exemplo, já que atualmente têm uma presença baixa no conjunto de produtores nacionais.
Para a investigadora, além do objetivo estratégico de otimizar a produção de energia elétrica em Portugal, este trabalho vai permitir promover o bem estar e a aceitação social para as formas de produção. Acrescenta que, pelo facto de este projeto ter um financiamento aprovado para três anos de investigação, é determinante a concretização dos objetivos do ponto de vista científico e o consequente reconhecimento das ferramentas desenvolvidas.
Após a conclusão deste modelo, o trabalho evolutivo do projeto vai continuar no sentido de o desenvolver na forma de uma ferramenta o mais genérica possível, podendo, desta forma, adequar a discriminação do modelo a outros casos pontuais, provenientes de outros países e regiões que queiram adotar a metodologia.
Fonte: www.uminho.pt