Oficina CEER
 04-11-2011
BACTÉRIAS QUE ENSINAM OS MALEFÍCIOS DO SOL

O objetivo passava por combater o desconhecimento das populações acerca dos efeitos nocivos da radiação ultravioleta. E a resposta não podia ser mais original. Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto desenhou uma forma inovadora de explicar essa realidade através de… bactérias. A proposta, explicada num estudo publicado na edição de Novembro da revista "The American Biology Teacher", baseia-se numa atividade simples e apelativa que pode ser explorada na sala de aula e inclui vários materiais que explicam a importância de promover hábitos saudáveis de exposição solar.

Numa altura em que muitas pessoas continuam a expor-se desregradamente ao sol e a utilizar solários (prática que tem vindo a generalizar-se, especialmente entre os mais jovens), Maria João Fonseca e Fernando Tavares, investigadores da Faculdade de Ciências, desenvolveram uma atividade simples, mas visualmente apelativa, destinada a alunos do ensino básico e secundário. Propõe-se deste modo uma alternativa a muitas intervenções educativas desenvolvidas para promover práticas adequadas de exposição ao Sol, mas cujo sucesso é comprometido pelo grau de complexidade e abstração.

Para Maria João Fonseca, estudante de doutoramento a desenvolver investigação no âmbito da educação e divulgação de ciência na Faculdade de Ciências (FCUP), no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e no Centro de Investigação em Diversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), “a utilização de bactérias proporciona resultados visuais muito evidentes, simplificando a percepção de conceitos tão importantes como os abordados”. Pretende-se deste modo "permitir aos alunos familiarizarem-se com noções de biologia complexas, tais como mutação e agente mutagénico, de uma forma motivadora e acessível”, completa a investigadora.

Já para Fernando Tavares, coordenador do estudo e Professor Auxiliar na FCUP, “a atividade constitui uma ferramenta persuasiva de sensibilização para a importância de adoptar práticas saudáveis de exposição solar, uma questão que é muito relevante atualmente, nomeadamente se tivermos em consideração o aumento de número de casos de cancro de pele associados à exposição solar excessiva”.

O também investigador do CIBIO salienta que a equipa está “muito entusiasmada com a possibilidade de a atividade ser agora implementada em salas de aula por todo o mundo”. Uma hipótese que ganha força num momento em que os efeitos nocivos da radiação UV geram evidentes preocupações ao nível da saúde humana, agravadas pelo aumento da radiação UV solar superficial, como consequência da redução da camada de ozono que naturalmente protege a Biosfera da radiação UV solar.

Os investigadores da U.Porto lembram que a luz solar é essencial para a ocorrência de processos biológicos vitais, tais como a fotossíntese e a síntese de vitamina D. Contudo, nem toda a radiação solar é benéfica para os seres vivos: a radiação ultravioleta (UV) solar pode ter um efeito nefasto sobre o ser humano, estando associada a queimaduras solares e melanoma.

Fonte: http://noticias.up.pt/