O artigo de Christian Hof “Additive threats from pathogens, climate and land-use change for global amphibian diversity” publicado na revista científica NATURE, demostra de modo preocupante, como as áreas de maior riqueza de espécies de anfíbios são também as áreas sujeitas às maiores ameaças.
A investigação foi dirigida pelo Professor Miguel B. Araújo, Cátedra Rui Nabeiro/Delta Cafés, CIBIO, da Universidade de Évora em conjunto com Professor Carsten Rahbek, do Centro de Macroecologia, Evolução e Clima da Universidade de Copenhagen (Dinamarca), e contou ainda com a colaboração do Professor Associado Walter Jetz (Universidade de Yale).
Entre as ameaças mais sérias que se colocam aos anfíbios estão as alterações climáticas, a alteração dos usos do solo e a doença fúngica Chytridiomycosis. Christian Hof e os seus colegas avaliaram a distribuição geográfica destas ameaças em relação à distribuição global dos anfíbios. “As regiões onde o clima e a alteração da utilização do solo apresentam o maior impacto previsível nos anfíbios tendem a sobrepôr-se”, explica o investigador, “contrastando, com a ameaça colocada pela doença fúngica que apresenta pouca sobreposição espacial com as outras duas ameaças.”
O estudo revelou também que as áreas mais ricas em espécies de anfíbios do mundo têm maior probabilidade de exposição a uma ou mais ameaças do que as áreas pobres em riqueza destas espécies: “O nosso estudo mostra que mais de dois terços dos hotspots de biodiversidade de anfíbios a nível global serão provavelmente fortemente afetados por pelo menos uma das três ameaças estudadas”, explica Miguel Araújo da Universidade de Évora.
Walter Jetz conclui que “Com mais de 30 por cento de todas as espécies de anfíbios listadas como “em perigo” pela IUCN e muitas mais espécies raras a serem descobertas todos os anos, os nossos resultados demonstram claramente a necessidade de ser feita mais investigação em conservação e serem tomadas mais ações para preservar este grupo grandemente em risco”.
Fonte: http://noticias.up.pt/