Oficina CEER
 25-11-2011
PROJETO NIKER: EDIFÍCIOS MAIS PREVENIDOS CONTRA TERRAMOTOS

Dezoito centros de investigação desenvolvem materiais inovadores para edifícios em risco.

A Universidade do Minho cocoordena o projeto internacional NIKER (New integrated knowledge based approaches to the protection of cultural heritage from earthquake induced risk), que propõe o desenvolvimento de uma nova metodologia integrada para melhorar o nível geral de segurança de edifícios em risco. A motivação para o projeto veio da iniciativa direta da União Europeia, no âmbito da proteção do património construído com valor cultural.

Segundo Paulo Lourenço, professor do Departamento de Engenharia Civil da UMinho, “este projeto envolve fundamentalmente a engenharia civil, mas reúne outras competências da engenharia eletrónica, da engenharia dos materiais e das comunicações, criando desta forma um grupo de investigação multidisciplinar que envolve dezoito centros de investigação em todo o mundo, quinze deles na Europa”.

O trabalho começa com a recolha de toda a informação existente sobre a proteção sísmica deste tipo de construções antigas, seguindo-se uma análise e ensaios novos, focados essencialmente nas relações das ligações pavimento/parede e parede/parede, sobre as quais há ainda pouca informação recolhida. Posteriormente, através de simulações em computador será possível extrapolar os dados para a generalidade das construções, prevendo os seus níveis de segurança através de padrões definidos pelo estudo. No sentido de desenvolver uma metodologia a aplicar em situações reais, o projeto irá avançar para várias aplicações no Centro e Sul da Europa e no Norte de África, explica Paulo Lourenço, que é cocoordenador do NIKER.

Portugal no Top 20 do turismo cultural mundial.

A abordagem multidisciplinar vai permitir numa fase avançada o desenvolvimento de novos materiais e sistemas de intrusão inovadores para a utilização na recuperação e manutenção dos edifícios antigos. “Genericamente, o projeto acaba por envolver três vertentes do saber, resultando na obtenção do conhecimento, no desenvolvimento de novos materiais e na forma de aplicação final de materiais e métodos”, realça Paulo Lourenço, que venceu recentemente o Prémio Scalzi, considerado o “Nobel da Alvenaria”.

O património cultural exige, por parte das entidades governamentais, um investimento económico que é fundamental para a sua proteção contra efeitos extremos e catástrofes naturais. Estatisticamente, Portugal está no Top 20 do turismo cultural mundial e a Europa tem oito países no Top 10, fazendo com que, enquanto atividade económica, represente uma fonte de rendimento importante, cifrando-se na ordem dos 10% do PIB europeu. A acrescentar à perda irrecuperável de vidas humanas, em cada episódio sísmico há uma delapidação significativa em bens do património cultural.

Vídeo em breve em www.uminho.pt.

Contactos
Prof. Paulo Lourenço – 2535101209 /0; 967641701,
pbl@civil.uminho.pt

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