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Cidadãos podem registar e consultar assaltos no MapsCrime, que é lançado amanhã em Braga.

Uma aluna de mestrado da Universidade do Minho lança esta sexta-feira um serviço pioneiro de partilha de informação criminal. A plataforma, intitulada MapsCrime, permite ao cidadão aceder e registar online as ocorrências de furto e roubo e, ainda, possíveis locais para reaver objetos subtraídos. Há 400 mil vítimas de assaltos em Portugal por ano e um terço dos casos não é denunciado às autoridades. A autora do MapsCrime, Laura Jota, quer ajudar a reduzir e controlar este problema social a médio/longo prazo. O projeto é apresentado às 17h00, no auditório de Engenharia II do campus de Gualtar, em Braga.

“Os cidadãos em geral recusam a burocracia e a espera de uma hora na esquadra para denunciar o furto da mala ou do autorrádio. Com o MapsCrime, a ocorrência é registada fácil e rapidamente, pelo computador ou smartphone, ajudando também outras pessoas e os agentes da lei”, explica Laura Jota. A criminóloga nota o “crescente interesse” da sociedade no projeto, que inclui ainda dicas preventivas e os métodos da dinâmica criminal. “Se parte da população aderir, será ótimo para combater os chamados pequenos crimes”, insiste. Projeto premiado aguarda envolvimento das autoridades Laura Jota já reuniu com o presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que acarinhou o projeto, além do Ministério da Administração Interna e outras entidades públicas. “Gostava de levar o serviço aos postos da PSP e GNR, para aumentar e melhorar a divulgação, utilizando este meio privilegiado. Não quero de forma alguma substituir o excelente papel dos órgãos de polícia criminal, mas contribuir com esta ferramenta multiplataforma de georreferenciação (web/app android) para o bem comum, para uma comunidade mais informada e segura”, realça. O site oficial é www.mapscrime.com.

A iniciativa já foi premiada no concurso de ideias da Associação Nacional de Jovens Empresários, finalista do concurso SpinUM e reconhecida pelo Estado com bolsas de empreendedorismo +i+e e Impulso Jovem. O projeto iniciou no IdeaLab/TecMinho e é apoiado pela incubadora SpinPark. Tem por base a tese de mestrado de Laura Jota, “Furtos e roubos como ação coletiva: olhares e práticas de reclusos condenados, vítimas e tribunais”. A jovem de 23 anos, residente nas Caldas das Taipas, Guimarães, é licenciada em Criminologia pelo ISMAI e finalista do mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade da UMinho. Estagiou na APAV e no Tribunal Judicial de Guimarães, tendo entrevistado vítimas e reclusos, analisado processos judiciais e assistido a audiências de julgamentos, que auxiliaram na contextualização científica.

III Jornadas do Mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade

A apresentação do MapsCrime encerra as III Jornadas do Mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade, que o Instituto de Ciências Sociais da UMinho promove esta sexta-feira. A edição tem o tema “Trabalho e Identidades Profissionais em Questão na Justiça e na Intervenção Social”, reunindo das 9h00 às 17h30 peritos nacionais e internacionais para avaliar a atividade dos magistrados do Ministério Público, advogados e guardas prisionais, bem como projetos de intervenção social dentro e fora das prisões e de trabalho para a saúde em contexto prisional. Para Manuela Ivone Cunha, diretora do mestrado, os trabalhos “permitirão perceber melhor os desafios e as transformações no perfil, identidade profissional e âmbito de ação das profissões na área da justiça e reinserção”. Vai também ser lançado, às 12h00, o livro “Violências e delinquências juvenis femininas”, de Vera Duarte e Manuela Ivone Cunha.

Fonte: www.uminho.pt