Oficina CEER
 17-09-2009
Um milhão de euros para inovar

São ambos investigadores da Universidade do Porto e, durante os próximos cinco anos, Nuno Cardoso Santos e Alexander Kesse estarão no restrito grupo de 240 investigadores de todo o mundo que vão ter um milhão de euros para fazer a diferença com as suas descobertas. Assim se faz a primeira apresentação de dois dos três cientistas portugueses aque acabam de ser distinguidos com as prestigiadas bolsas do European Research Council (ERC), a agência de financiamento criada pela Comissão Europeia para apoiar investigação científica de excelência.

Descobrir planetas semelhantes à Terra é o desafio ambicioso que convenceu o ERC a premiar Nuno Cardoso Santos (à dir. na foto) entre 2503 projectos candidatos. "Tem uma taxa de aprovação muito baixa e espera-se que passem apenas projectos de topo, de inovação", refere o investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), a quem caberá liderar, a partir de Janeiro de 2010, uma equipa do CAUP na procura de planetas “primos” da Terra a orbitar outras estrelas parecidas com o Sol.

Com o financiamento da bolsa, Nuno Santos espera ainda “consolidar” a presença do CAUP no ESPRESSO (Echelle SPectrogaph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations) um projecto do ESO que, a partir de 2014, terá como objectivo procurar e detectar planetas parecidos coma Terra, capazes de suportar vida.

De regresso ao planeta Azul, o destino é a África colonial, tema que inspira grande parte da investigação produzida por Alexander Keese (à esq. na foto) no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP). É ali que o historiador alemão vai estudar, nos próximos cinco anos, o impacto da presença europeia (com destaque para a temática da escravatura) nas antigas colónias da África Subsariana, entre 1930 e 1975,

Mestre e doutorado pela Universidade de Friburgo, Alexander Keese conta, aos 33 anos, com passagens por várias instituições universitárias europeias de renome. No CEAUP, tem-se dedicado sobretudo ao estudo da História da África colonial e dos conflitos entre os grupos (étnicos e raciais) que povoam o continente.

Com estas duas bolsas, a U.Porto fica muito perto de fazer o pleno no grupo de investigadores portugueses distinguidos pelo ERC com bolsas Starting Grant. Isto porque o outro premiado é o neurocientista Rui Costa, investigador da Fundação Champalimaud que conta no currículo com um doutoramento em Ciências Biomédicas pela U.Porto. Com uma bolsa de 1,6 milhões de euros, este alumnus da Universidade ocupará a próxima meia década a tentar explicar as diferenças a nível cerebral entre acções novas e aquelas que praticamos por rotina.